Foto: Reprodução
Isabelly Carvalho Brezzolin, 11 anos, morreu em 8 de maio no Husm. Polícia indicou os pais por maus-tratos e estupro de vulnerável
O Ministério Público deve apresentar, até o final desta semana, a denúncia à Justiça contra os pais de Isabelly Carvalho Brezzolin, 11 anos. Moradora de São Gabriel, a menina morreu em 8 de maio, no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), para onde foi levada em estado grave no dia anterior devido a supostas agressões físicas e violência sexual.
A mãe, Elisa Carvalho, 36 anos, foi indiciada pela Polícia Civil por maus-tratos. O pai, José Lindomar Nunes Brezzolin, 55 anos, foi indiciado pelo crime de estupro de vulnerável.
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Por meio da assessoria, o Ministério Público informou nesta terça-feira (27) que o promotor responsável pelo caso está analisando o inquérito policial e deve apresentar denúncia até sexta-feira (30). Como ainda há um réu preso, o prazo legal seria de cinco dias desde o final do inquérito policial. O prazo vai até sexta-feira.
O casal foi preso em 7 de maio, no dia em que Isabelly foi levada para a Santa Casa de São Gabriel em estado grave. Elisa foi solta no dia 19 de maio. Já José Lindomar segue preso.
Laudo não indicou violência
O caso é controverso. Apesar do indiciamento do casal, não houve comprovação técnica de agressões físicas e violência sexual contra a menina. O laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP) apontou como causa da morte infecção generalizada (sepse) causada por pneumonia.
No entanto, o delegado responsável pelo caso, Daniel Severo, afirmou ter se baseado em outros elementos para denunciar os pais da vítima. Desde a divulgação exclusiva do laudo do IGP pelo Bei, Severo decretou sigilo sobre o inquérito e não se pronunciou mais sobre o caso à imprensa.
Defesa da mãe nega crime
A defesa de Elisa nega o crime. À reportagem, a advogada Rebeca Canabarro de Matos afirmou, em 14 de maio, que Isabelly contraiu uma infecção no ouvido (otite) que evoluiu para uma infecção generalizada.
– Foi um infortúnio da vida dessa criança, que nada tem a ver com estupros, muito menos com maus-tratos – disse a advogada.
A Defensoria Pública não se manifestou publicamente sobre a situação de José Lindomar. Os defensores pediram a sua liberdade, mas a solicitação ainda aguarda parecer do MP.
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